A Homossexualidade

 

 

Maria de Fátima Novaes Marinho

Orientadora: Rosa Cukier

Este texto constituí um capítulo do trabalho apresentado à Sociedade de Psicodrma de São Paulo para obtenção do título de psicodramatista  em 2002.

Ainda hoje existe muita incompreensão e confusão sobre o que é homossexualidade e por isto considero importante defini-la neste trabalho.

A homossexualidade consiste no desejo afetivo e sexual por pessoas do mesmo sexo. Assim sendo, alguém que não tenha relações homossexuais, mas que tenha o desejo de se relacionar com pessoas do mesmo sexo deve ser denominado como homossexual. Por outro lado, alguém que pratique relações homossexuais por falta de parceiro heterossexual, como costuma ocorrer em guerras e presídios, não deve ser denominado homossexual.

Uma outra confusão diz respeito à identidade sexual do homossexual. Muitas pessoas acham que  o homossexual masculino, por exemplo, se sente como se fosse uma mulher e o homossexual feminino como se fosse um homem. De maneira geral, os homossexuais se identificam com o respectivo gênero sexual, isto é, se são homens assim se percebem e se identificam e se são mulheres assim se definem.  Aqueles que sentem necessidade e prazer em se vestirem e se comportarem de acordo com o gênero oposto ao seu são denominados travestis. Castilho desfaz muitos mitos e preconceitos relacionados a estas questões:

“Travesti… São homens que gostam de se vestir como mulheres e mulheres que querem passar por homens.  As razões para isto  variam muito, desde  fetichismo  (um comportamento que desperta prazer sexual) até dificuldade em se adaptar ao sexo de nascimento. Não é verdade que travestis são transexuais não operados (podem estar extremamente satisfeitos com seus órgãos sexuais), que sejam todos homossexuais (muitos homens heterossexuais se vestem como mulheres) ou que sejam trabalhadores do sexo (há travestis agrônomos, engenheiros  e executivas)”(Castilho, 1998, p.50). 

Este trecho deixa claro que nem todos os travestis são homossexuais como muitos pensam. A tendência dos leigos tem sido dividir as variações em termos sexuais em apenas dois grandes grupos: homossexuais e heterossexuais, entretanto a sexualidade é muito mais complexa que isto, como muito bem apontou Ronaldo Pamplona (1984), psicodramatista que descreveu os onze sexos.

Ë muito comum também ouvirmos as pessoas dizerem que a homossexualidade é muito mais freqüente nos tempos atuais e que isto é devido ao excesso de liberdade.   Para entendermos melhor esta questão e também as influências históricas na formação de tabus referentes à homossexualidade, farei uma retrospectiva histórica a respeito do assunto.

A homossexualidade é muito antiga. Desde o período da Pré-história, existem registros de relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Entretanto não existia nenhum termo específico para designá-la, provavelmente porque ela era compreendida de modo amplo como sexualidade, não sendo considerada melhor ou pior que a heterossexualidade.

Durante a Antiguidade, a prática da homossexualidade masculina era freqüente em quase todos os povos e considerada natural e desejada.  Muitos rituais de iniciação sexual de meninos ocorriam, primeiramente, com homens mais velhos. Já a homossexualidade feminina não é registrada, o que não necessariamente significa que não tenha ocorrido, podendo apenas significar a pouca importância atribuída à mulher nestas culturas. Os hebreus foram os únicos povos da Antigüidade que rejeitavam e puniam severamente a homossexualidade.

Com o advento do cristianismo, Roma passa a repudiar as práticas homossexuais. Já na Idade Média,  a  crescente centralização de poder na Igreja fez com que a Santa Inquisição começasse a perseguir e punir homossexuais. Práticas homossexuais, entretanto, não deixaram de existir, passando apenas a serem clandestinas. Nesse sentido, certas normas sociais, tais como a virgindade das mulheres e o celibato dos padres, podem ter favorecido, em certa medida, a homossexualidade.

Na Inglaterra renascentista (1600 d.C.), apesar das leis continuarem condenando as relações homossexuais, estas persistiam principalmente entre senhores e escravos e só eram condenadas em casos extremos. Neste período, surge o protestantismo que também se coloca contra a homossexualidade só que com punições mais severas.

No século seguinte, durante a Segunda Guerra Mundial, os homossexuais foram perseguidos e mortos sob o argumento nazista de que, assim como os judeus, constituíam um empecilho para se chegar a uma raça pura.

Se observarmos como a homossexualidade é encarada na atualidade, perceberemos muitos vestígios dos preconceitos e tabus desenvolvidos contra os homossexuais ao longo da história.  A maior parte dos países apresentam preconceitos e rejeição em relação à homossexualidade, sendo que em 74 países a homossexualidade chega a ser ilegal e em pouquíssimos países há leis que protegem os homossexuais contra discriminações.

Muitas pessoas ainda pensam que homossexualidade é doença, o que não é de se estranhar, uma vez que, mesmo nos meios científicos, a homossexualidade foi considerada doença por longo tempo. A comunidade científica contribuiu bastante para reforçar ou estimular o preconceito, já que constitui a voz de um conhecimento e saber reconhecido pela sociedade em geral.

A homossexualidade, ainda denominada homossexualismo, deixou de constar no Manual de Diagnóstico e Estatística de Desvios Psiquiátricos da Associação Americana de Psiquiatria somente em 1973. Já a Associação Americana de Psicologia declarou que a homossexualidade não era uma doença em 1975. Finalmente, em 1983, a Organização Mundial da Saúde retirou a homossexualidade da lista de doenças. Dois anos depois, o Conselho Federal de Medicina Brasileiro tomou a mesma providência.

Em 1999, o Conselho Federal de Psicologia definiu regras sobre a atuação dos psicólogos no que tange à orientação sexual, enfatizando que a homossexualidade não pode ser considerada doença e conseqüentemente proibindo  serviços que tenham como finalidade tratar ou curar a homossexualidade. Salienta também  que o  psicólogo tem o dever  de ajudar a diminuir a discriminação e estigmatização contra os homossexuais  ( Anexo 1).

Gostaria de refletir sobre a demora apresentada pelas diversas instituições de saúde em se posicionarem sobre um tema tão importante como o preconceito, a discriminação e a patologização da homossexualidade.  Não acredito que esta demora deva-se ao acaso, mas sim que seja decorrente de vários fatores.

Um deles é que dentre os profissionais de nossa área existem muitos que associam uma crença religiosa à sua atuação profissional. Assim encontramos psicólogos cristãos, psicólogos evangélicos, psicólogos espiritas etc. Muitas dessas religiões consideram a homossexualidade uma conduta errada, um pecado ou até mesmo uma forma de se pagar pelo que se fez em vidas passadas. Obviamente, se o psicólogo considerar que sua atuação profissional deve ser guiada por seus princípios religiosos, provavelmente abordará o cliente tentando persuadi-lo a abandonar sua homossexualidade ou, pelo menos , a se sentir culpado por ela.

Não estou querendo dizer com isto que os psicólogos não devam ter uma religião, aliás, o próprio Jung destacou a  importância da religiosidade em nossas vidas, mas acredito que uma coisa não deva se sobrepor à outra e que tratam-se de papéis diferentes: o papel de religioso e o papel de psicólogo. Assim como não podemos ser psicólogos e amigos de nossos clientes simultaneamente, também não podemos ser rabinos, padres, orientadores religiosos  ao mesmo tempo em que somos psicoterapeutas.

Picazzio argumenta muito bem a respeito do porque a homossexualidade não pode ser considerada doença:

“E por que a homossexualidade não é uma doença? Porque o que se deseja é a pessoa como um todo. Dentro das normas de saúde sexual, é considerado desvio ou perversão quando a pessoa  sente prazer por um fragmento do corpo ou um objeto que o represente… Um outro motivo é que os desejos sexuais e afetivos não podem ser considerados doença”  (Picazzio, 1998,  p.31). 

 Por sua vez, Dominguez também discute a relação entre homossexualidade e psicopatologia: 

“… a homossexualidade não significa uma psicopatologia, um desvio ou uma degenerescência dos nervos, como tampouco representa uma perversão. Isto não exclui a possibilidade de que eventualmente o sujeito que procura um psicoterapeuta ou analista e refira os seus desejos como homoeróticos não possa ser um psicótico ou  neurótico. Ou bem um neurótico com certos delírios alucinações, simbioses e perversões, etc. tanto quanto aquele que designa-se heterossexual” (Dominguez, Revista Viver Psicologia, 36).

Este texto enfatiza que as chances de apresentar psicopatologias são as mesmas para heterossexuais e homossexuais, isto é, não há motivos para considerarmos os homossexuais como mais doentes que os heterossexuais.

Pessoalmente, tenho percebido o quanto o preconceito existente em relação à homossexualidade dificulta a  aceitação desta por parte do cliente homossexual no decorrer do processo psicoterápico.

Muitas vezes, o cliente faz ponderações a respeito do que terá que enfrentar socialmente ao assumir sua homossexualidade. Suas colocações neste sentido não me parecem nada fantasiosas, mas sim bastante realistas, calcadas numa percepção télica das dificuldades que terá que enfrentar. Provavelmente, já percebeu reações negativas, mesmo às manifestações discretas de desejos homossexuais seus ou de outros.    

“Claro que se passamos a uma criança a idéia de ser o homoerotismo uma distorção será muito difícil que mais tarde ela possa vir a ter uma visão menos preconceituosa a respeito (Ferreira, 1997, p.15)

A ciência já tentou  de inúmeras formas esclarecer   as causas ou fatores que determinam   o comportamento homossexual, mas até hoje não houve um consenso no meio científico. Podemos dividir as teorias que foram criadas em dois grandes grupos: as teorias psicológicas e as teorias biológicas.

Dentre as teorias biológicas, encontramos estudos que apontam para um relação entre o  tamanho do hipotálamo e a orientação afetivo-sexual.  Considerando que até hoje não se observou redução do tamanho do hipotálamo durante o desenvolvimento do ser humano, esta pesquisa levanta a possibilidade de uma influência genética, embora não haja conclusões a este respeito.

Outra pesquisa,  realizada por Dean Hamer em 1993, estudou famílias de homossexuais e detectou uma incidência grande de familiares maternos homossexuais, o que levou os pesquisadores a pensarem que a homossexualidade estaria associada ao lado materno, mais especificamente ao cromossomo X. Pesquisas posteriores, realizadas pela mesma equipe, estudaram irmãos homossexuais e também observaram semelhanças quanto ao cromossomo X.  Mais duas pesquisas, realizadas por Richard Pillard Boston e  Thomas Bouchard Minessota, com gêmeos univitelinos e bivitelinos também apontaram para uma preponderância da influência genética na homossexualidade.

Considero importante comentar também a respeito dos estudos sobre a homossexualidade animal. Bagemihl (1999) estudou 450 espécies e observou a grande incidência de homossexualismo no mundo animal. Ele conclui que isto não decorre de confusão de instinto, aberrações ou falta de fêmeas, mas que os “animais homossexuais são assim porque são”.

Com relação às teorias psicológicas, considero importante apresentar a explicação de Freud para a homossexualidade.  Assim como outras idéias de Freud, esta se popularizou bastante, mesmo que seja apresentada de modo muitas vezes simplista pelos leigos.

Para Freud, a homossexualidade é uma resolução negativa do complexo de Édipo.  No complexo de Édipo, o menino por volta dos 4/ 5 anos de idade se liga libidinosamente à sua mãe. Ele fica manhoso, grudado no colo da mãe e faz birra quando tem que se afastar dela, gerando disputas enciumadas com o pai e irmãos. Normalmente, o pai vence, colocando limites claros no que diz respeito à proximidade excessiva do filho em relação à mãe.  

Este processo costuma durar de 6 a 12 meses.  A partir daí, o filho se aproxima mais do pai e começa a se identificar com ele, interiorizando suas características e também seu objeto de desejo (as mulheres). No caso dos homossexuais, o  pai não conseguiria afastar o filho da mãe e os dois se manteriam grudados, favorecendo a identificação do filho com as características da mãe e seu objeto de desejo. Assim sendo, a combinação de pais mais favorável para propiciar um filho homossexual seria: uma mãe dominadora, superprotetora e um pai ausente, passivo, frágil.

Uma objeção  que se poderia fazer a  esta colocação de Freud é que os homossexuais nem sempre se identificam com o papel feminino e, seguindo o raciocínio apresentado, eles sempre se identificariam com as características femininas.

Diversos psicoterapeutas da atualidade adaptaram a teoria de Freud de modo que ela se tornasse mais apropriada ao que observamos em nosso cotidiano.  Muitos vêem como sendo um processo de triangulação entre pai, mãe e filho. José Fonseca, médico-psiquiatra e psicodramatista, segue esta perspectiva e defende que a criança se sente ou não rejeitada quando descobre que, além de uma relação entre ela (a criança) e a mãe, há também uma relação entre os dois, pai e mãe.

A HOMOSSEXUALIDADE NO PSICODRAMA 

Pluciennik (1984) relata sua experiência com um grupo de psicoterapia psicodramática constituído apenas por  homens homossexuais, descrevendo detalhadamente as diversas etapas passadas pelo grupo. Ele aponta algumas vantagens do grupo ser homogêneo: a maior facilidade em quebrar as racionalizações defensivas a respeito da homossexualidade; maior empatia no que diz respeito às dificuldades enfrentadas por serem homossexuais.

O autor também discute os preconceitos presentes no meio científico a respeito da homossexualidade, citando autores como Toby Bieber que, apesar de se dizerem neutros em relação ao destino do paciente, demonstram uma certa tendenciosidade:

“Um princípio terapêutico central envolve a renúncia analítica de qualquer interesse pessoal num resultado heterossexual e a comunicação desta neutralidade ao paciente. Contudo permanece o fato de que, se uma mudança ocorre, o analista é gratificado tanto pelo paciente como pelo próprio senso de gratificação profissional”.

Neste texto, Bieber demonstra saber do ponto de vista profissional e científico qual deveria ser o seu posicionamento com relação ao cliente, mas sem perceber revela sua expectativa, seu desejo mais íntimo, de que o cliente se torne heterossexual.  Isto me faz pensar no cuidado que temos que ter com nosso papel profissional e a importância de estarmos constantemente nos re-examinando e buscando um lugar ético perante o paciente.  Sei que pretender uma total neutralidade é utópico para seres humanos, mas advogar uma postura constantemente crítica e reflexiva é extremamente possível e desejável.

Pluciennik, ele mesmo um homossexual, refletindo sobre as repercussões da identidade sexual do terapeuta no grupo que dirige, chega a algumas considerações muito interessantes. Por exemplo, mostra que o grupo tende a idealizar o terapeuta e vê-lo como modelo de homossexual feliz, mesmo sabendo pouco de sua vida pessoal. Acha também que sua identidade homossexual acaba sendo um facilitador para o grupo, uma espécie de garantia contra preconceitos e discriminações.

Este autor também afirma que os recursos do psicodrama foram bastante úteis para o grupo em questão:

“Talvez mais preferencialmente neste grupo a minoria possa avaliar melhor a minoria social em que se insere apercebendo-se do quanto usa transferencialmente uma perseguição que de fato existe para confirmar-se no papel de perseguidos”

Um outro estudo, o de Mendonça Barreira (1984), apresenta um caso clínico de um adolescente que entra em depressão quando seu namorado homossexual o abandona.  O autor faz uma análise dos comportamentos do paciente baseando-se nas fases da Matriz de identidade e concluí que no caso estudado a homossexualidade constituía uma busca da identidade através da sexualidade. Barreira diz:

“… o paciente apresenta no momento características que indicam má resolução, ou uma persistência de carcterísticas ou dificuldades nas fase de Reconhecimento Corporal e Social e Reconhecimento do Tu como Algo Indepentdente do Eu…. Agora tentando caracterizar,neste caso, o homossexualismo , também pudemos chegar às seguintes conclusões. Com a dificuldade de Reconhecimento do próprio Eu Corporal, fica difícil a associação de uma interioridade com uma imagem corporal exterior,o que portanto dificulta a percepção de uma identidade própria. Talvez em função de uma procura de identidade, o paciente tenha tentado encontrá-la através da sexualidade.” (Barreira,1984, p.107)  

DAVOLI (1988) aborda a homossexualidade como  sendo um Drama Coletivo. A autora mostra históricamente como este drama foi sendo constituído e descreve várias cenas do movimento homossexual desde a década de 60, que são analisadas de modo reflexivo e critico. Por fim, mostra que ao representarmos cenas em que o protagonista é homossexual, a inversão de papéis propicia um reconhecimento do que é transmitido pela cultura e pela sociedade a respeito da homossexualidade, favorecendo o desvelamento do drama.  Davoli diz:

“Sociométricamente falando poderíamos definir os homossexuais …de protagonistas de um Drama Coletivo, deuma cultura, deuma sociedade, que pelo silêncio ou pela manifestação encarnam e protagonizam determinada contradiçào do mundo em que vivemos.” (Davoli, 1988, p.28)

 Nos últimos sete anos, não houve publicações sobre homossexualidade nas revistas da Federação Brasileira de Psicodrama, o que mostra que o tema tem sido pouco abordado entre os psicodramatistas. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ARAUJO, Fabiana – Homossexualidade Trabalho ainda não publicado.

BARREIRA, Tânia Maria Houneaux de Mendonça. Homossexualismo como procura da própria identidade através da sexualidade, levando-se em conta a matriz de identidade. Rev. Bras. de Psicodrama. 1(1):100-107

          CUKIER,Rosa. Palavras de Jacób Levy Moreno:vocabulário de citaçòes do pscodrama,da pscoterapia de grupo, do sociodrama e da sociometria. SãoPaulo: Ágora, 2002.

DOMINGUEZ, Arnaldo. Homossexualidade. Revista Viver Psicologia, 36.

 FERREIRA, Margareth de Mello e VITELLO, Nelson. Homossexualidade. Rev. Bras. de Sexualidade Humana. 8(1): 15-20.1997.

 GARRIDO-MARTIN,  E. (1984). J. L. Moreno: Psicologia do encontro. São Paulo, Duas cidades. Trad. Maria de Jesus A.  Albuquerque.

 MENEGAZZO, Carlos M. e outros (1995). Dicionário de psicodrama e sociodrama  São Paulo, Ágora. Trad. Magda Lopes, Maria Carbajal  e Vera Caputo.

MORENO, Jacob L.  (1984). O teatro da espontaneidade. 2 ed. São Paulo, Summus. Trad. Maria Silvia Mourão Neto.

________ (1992). Quem sobreviverá. Trad. Alessandra Rodrigues de Faria, Denise Lopes Rodrigues e Márcia Amaral Kafuri. Goiânia, Ed. dimensão.

________   (1993).       Psicodrama. São Paulo, Cultrix, , 9ª ed. Trad. Álvaro Cabral.

 ________ (1974) Psicoterapia de grupo e psicodrama: Introdução à teoria e à práxis. São Paulo, Mestre Jou, Trad. Antonio C. Mazzaroto Cesarino Filho.

________ (1983). Fundamentos do psicodrama. São Paulo, Summus. Trad. Maria Silvia Mourão Neto.

PICAZZIO , Claúdio. (1998) Diferentes desejos, adolescentes homo, bi e heterossexuais. São Paulo, Summus.

_______ (1998) Sexo secreto: temas Polêmicos da sexualidade. São Paulo, Summus.

PLUCIENNIK, Theodoro Israel. Grupo de homossexuais em psicodrama Rev. Bras. de Psicodrama. 1 Ano 6.

SPENCER, C. Homossexualidade: uma história. Rio de Janeiro: Record, 1999.

Outras fontes:

Minuta de resolução do Conselho Federal de Psicologia. Brasília, 03/03/1999.

http://www.neuropsiconews.org.br/51_npn/51_etiologia.html - 

http//metagenesehpg.ig.com.br/reportagem secundária.tub.

Anexo 1

O Conselho Federal de Psicologia, no uso de suas atribuições legais e regimentais, considerando que o psicólogo é um profissional da saúde; considerando que na prática profissional, independentemente da área em que esteja atuando, o psicólogo é freqüentemente interpelado por questões ligadas à sexualidade; considerando que a forma como cada um vive sua sexualidade faz parte da identidade do sujeito, a qual deve ser compreendida na sua totalidade; considerando que a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão; considerando que há na sociedade, uma inquietação em torno de práticas sexuais desviantes das normas estabelecidas sócio-culturalmente; considerando que a Psicologia pode e deve contribuir com o seu conhecimento para o esclarecimento sobre as questões da sexualidade, permitindo a superação de preconceitos e discriminações;

Resolve:

Art. 1º – Os psicólogos atuarão segundo os princípios éticos da profissão notadamente aqueles que disciplinam a não discriminação e a promoção e bem-estar das pessoas e da humanidade.

Art. 2º – Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos e práticas homoeróticas.

Art. 3º – Os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.

Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.

Art. 4º – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.

Art. 5º – Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação

Art. 6º – Revogam-se todas as disposições em contrário.

Brasília, 3 de março de 1999.

Ana Mercês Bock – Conselheira Presidente